sexta-feira, 21 de junho de 2013

Sequência Didática do conto "Pausa" - Moacyr Scliar - 9º anos e 1ª série do Ensino Médio

1º Passo: Antecipando o texto.
- Checagem de hipóteses: qual o sentido da palavra PAUSA?
2º Passo: Pontos de reflexão.
- Leitura até ..."Estacionou o carro numa travessa quieta...Era o gerente. Esfregou os olhos, pôs-se de pé..."
- O que um homem faria num domingo frio e nublado com um pacote de sanduíches debaixo do braço?
3º Passo: Localização, informação e dedução.

Para onde será que a personagem está se dirigindo com tanta pressa?
4º Passo: Inferência local e global
- Qual o sentido de "o homenzinho"  (afetivo ou pejorativo?) - dar pistas.
- Voltar ao texto e terminar a leitura.
- Discutir as informações dadas pelo autor e comparar agora o significado de PAUSA com as ações de Samuel.
5º Passo: Intertextualidade.
- Crônica:  "Circuito Fechado" 
- Música: "Cotidiano"
- Filme: "Clik"
SEQUÊNCIA DIDÁTICA – Texto:“MEU PRIMEIRO BEIJO”- Antonio Barreto


ATIVAÇÃO DE CONHECIMENTOS DE MUNDO; ANTECIPAÇÃO OU PREDIÇÃO; CHECAGEM DE HIPÓTESES.

 QUESTIONAMENTOS:
1.  O que sugere o título do texto?
2.  Que gênero textual poderia ser?
3.  Que personagens podem estar envolvidos?
4.  Será que a experiência foi boa ou ruim?

 LEITURA SILENCIOSA:
Providencie uma cópia do texto  para os alunos.

Meu Primeiro Beijo
Antonio Barreto

         É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
        Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
        " Você é a glicose do meu metabolismo.
        Te amo muito!
        Paracelso"
         E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
        No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
       - Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
       Mas ele continuou:
       - Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
       - A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
       Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
      E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
      Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
    
                                    BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.

Faça, oralmente, as seguintes perguntas aos alunos:
§  Vocês já conheciam esse texto?
§  O que acharam dele?
§  Qual o tema tratado no texto?
§  A seu ver, qual o público alvo desse texto? Explique..

LOCALIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES; COMPARAÇÃO DE INFORMAÇÕES; GENERALIZAÇÕES

QUESTÕES DE INTERPRETAÇÃO DO TEXTO:
A)  Quem são as personagens? Qual a idade?
B) Por que você deduz isso? Indique passagens do texto.
C) Como era a relação deles? Antes e depois do beijo.
D) Onde aconteceu o primeiro beijo?
E)  Quem narra a história?

PERCEPÇÃO DAS RELAÇÕES DE INTERTEXTUALIDADE; PERCEPÇÃO DAS RELAÇÕES INTERDISCURSIVIDADE.

LEITURA DO POEMA
    Um beijo

Foste o beijo melhor da minha vida,
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!

Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.

Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?

Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto...
    Olavo Bilac

PERCEPÇÃO DE OUTRAS LINGUAGENS; ELABORAÇÃO DE APRECIAÇÕES ESTÉTICAS E/OU POLÍTICAS.
 Levar para sala de aula pinturas e fotos que retratem beijos.

Falar sobre os vários significados do beijo em cada cultura ( lembrar que em alguns países só os homens cumprimentam com beijo ;  o número de beijos variam em cada região do nosso país).

Cena do filme "Meu primeiro amor"

Situação de aprendizagem: A crônica, a química e o beijo.

Público: 8º e 9º ano

1- Checagem de hipóteses, antecipação e conhecimento de mundo.
Organização de uma roda de conversa. Apresentação do título do texto “Meu primeiro beijo”. Utilizando o “cartão da vez” (pode ser um objeto, um cartão ou uma placa que circulará pela turma), o professor fará questionamentos sobre as experiências e expectativas dos alunos em relação ao assunto. Além disso, pedirá aos alunos que comentem sobre o que esperam do título (identificação do gênero, assunto, enredo, etc.), a partir do título.
Somente o aluno que estiver com o cartão pode falar.
2- Localização de informações, comparações e generalizações.
Leitura do texto - feita pelo professor - comentários e questionamentos (oral).
- Solicitar que os alunos recontem a história, comentem sobre os pontos de identificação pessoal, quais partes mais gostaram, se essa situação poderia acontecer na vida “real”, etc.
3- Produção de inferências locais e globais.
Levantamento do vocabulário desconhecido. O professor solicita que os alunos tentem “descobrir”, que façam deduções sobre os significados das palavras e tentem contextualizar suas hipóteses dentro da narrativa (o texto possui nomes de substâncias químicas).
4- Recuperação do contexto de produção.
Informar que o texto foi publicado em 1977, comparar os hábitos de namoro (paquera) da época em que o texto foi escrito, com a época atual.
5- Percepção das relações de intertextualidade.
Leitura (feita por um voluntário) do texto “A química do beijo”, de Edson Cláudio blog 06/11/2012, e comentários fazendo comparações com o texto e esclarecendo o vocabulário “Meu primeiro beijo” de Antônio Barreto (explanação sobre o nível discursivo dos dois textos, estabelecendo relação com a disciplina de Ciências).
6- Percepção de outras linguagens.
Montagem de um painel com imagens (recortes de revistas trazidos pelos alunos) de diversas situações em que o beijo está envolvido (situações cotidianas, filmes, música).
Produção escrita de cartões ou bilhetes de conquista (paquera), sem destinatário (prática realizada pela personagem do texto), para serem lidos aleatoriamente (sorteio).
O professor poderá trazer músicas sobre o assunto. Sugestões: “Primeiro amor” de José Augusto, “Beijo, beijinho, beijão” de Carrossel, “Beija eu” de Marisa Monte.







quinta-feira, 13 de junho de 2013

Trabalhei nos 6ºs anos  a crônica Avestruz. Segui a sequência didática proposta pelo grupo, mas mudei alguns procedimentos na compreensão do texto. O nome científico da ave por exemplo, que foi além da codificação.  A produção de inferências locais e a variação linguística foram discursivas (do latim para o português: Strithio camelus australius ).
Comentários sobre as situações de aprendizagem: Neste texto quando o grupo propôs a leitura compartilhada, com outro gênero - o conto do Patinho Feio - despertou as "capacidades de ativação, reconhecimento e regaste de conhecimento, capacidades lógicas, capacidades de interação social", conforme Roxane Rojo coloca no subtítulo de "capacidades de compreensão (estratégias)", pois houve uma comparação entre gêneros, as diferenças e semelhanças entreos animais e ficou muito bom, pois serviu para organizar o conhecimento do aluno, sendo que a maioria conhece a narrativa. Quanto ao quadro apresentado contendo a ficha técnica da ave e a sugestão de pesquisa sobre outros animais, deu suporte para o aluno decodificar outras formas cognitivas:  vocabulário científico e intertextualidade.             
 

sábado, 8 de junho de 2013

                   Depoimento de Fátima

         Nunca tive experiências anteriores em cursos à distância, sempre foi presencial. Já realizei atividades na escola com pesquisas na internet para dinamizar a aula, mas com ajuda dos coordenadores.       
        Fiz alguns cursos pela CENP – Desenvolvimento Linguístico e Pedagógico – e pelo PEC – Informática, algumas OTs pela Diretoria de Ensino de Mauá e Americana sobre gêneros textuais, como trabalhar Leitura e escrita para o EF e EM. Apenas isso. Gostaria, futuramente, de fazer um Mestrado nesta mesma linha. 
                Depoimentos sobre uma experiência de leitura e escrita
            Gostaria de postar uma prática que deu um ótimo resultado na 8ª série, hoje 9º ano. Li para a sala “As aventura de Tristão e Isolda” de Wagner – adaptado para a versão portuguesa e, após a leitura, comentários sobre o autor, levantei a seguinte questão: o romantismo perdeu-se com o tempo ou ainda está presente em nossos dias? Depois de uma calorosa discussão percebi que os alunos ainda se sentiam atraídos por esse tema.
            Pesquisaram sobre a cultura celta, opinaram a respeito do amor que envolvia aqueles jovens e como a nossa sociedade cultiva esse sentimento. Ofereci-lhes outros contos de autores brasileiros para que pudessem ter uma base e elaborar o produto final: a escrita     




Depoimento de Fátima

 Olá colegas de curso. Desde cedo folheava as revistas "Seleções" que minha mãe trazia da casa onde trabalhava. Não sabia ler, mas as ilustrações me encantavam. Quando comecei a ler sempre pedia livros no Natal ou aniversário. Na adolescência li quatro vezes "Admirável mundo novo" de Aldous Huxley, três vezes "A hora dos ruminantes" de J.J.Veiga e pasmem! Sentia muita sede numa certa parte do livro. Por isso cito o maravilhoso educador Rubem Alves: "A literatura é um processo de transformações alquímicas..." Quando trabalhava na escola como Inspetora e, ao faltar algum professor, corria até a biblioteca pegava um conto, pedia para a Vice deixar eu ler para os alunos. Fazia a maior encenação: aumentava a voz, diminuía, andava pela sala só para ver se estavam acompanhando a leitura. Depois pedia para reescreverem a história da parte que mais gostaram. Ah! era muito comovente! Cursei Letras e não parei de ler mais. Leio vários textos para a classe, para minhas netas e às vezes para meus filhos quando o conteúdo é para sensibilizar. Antônio Cândido foi sábio quando mencionou que "A literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante". Boa noite a todos!